domingo, 3 de junho de 2012

Desenvolvimento fisico na adolescência


Atualmente a adolescência representa um período crítico no qual o individuo se desenvolve e tem de se adaptar às novas mudanças individuais e da sociedade.

Mudanças fisiológicas

Na adolescência os rapazes e raparigas sofrem grandes transformações físicas e estruturais. Estas transformações não são repentinas, ou seja, são progressivas e desenvolvem-se durante cerca de três anos. As raparigas desenvolvem-se entre os 12 e 15 anos e os rapazes entre os 13 e os 16 anos.

Nesta fase ocorrem várias transformações tais como as que ocorrem no sistema reprodutor (nas raparigas o aparecimento da primeira menstruação e nos rapazes a possibilidade de libertar esperma- ejaculação) e desenvolvem-se os caracteres sexuais secundários, todos os traços físicos que possibilitam a distinção entre o homem e a mulher, mas que não estão diretamente relacionados com o aparelho reprodutor).




  

Quando este processo de mudança não ocorre de uma forma natural ou no período esperado, podem ocorrer alguns problemas. Por exemplo nas raparigas estes problemas relacionam- se com o aparecimento da menarca muito cedo, ou seja, houve uma maturação precoce e estas podem não estar psicologicamente preparadas para este acontecimento. Também pode acontecer o contrário, isto é, o aparecimento tardio da primeira menstruação – maturação tardia- o que faz com que as raparigas sintam que não são normais. Outro problema relacionado com estas mudanças é o crescimento dos seios.

Nos rapazes os maiores problemas são a maturação tardia e o tamanho do pénis.



Experiência precoce

O desenvolvimento das competências motoras e cognitivas resulta da interação entre a experiência e a maturação. As crianças não conseguem adquirir determinadas competências se não tiverem maturidade suficiente para que tal aconteça.



Nancy Bayley: estudou o crescimento e desenvolvimento humano, concluindo que o QI não é constante, ou seja, varia ao longo do tempo; o QI varia mais nos primeiros anos de vida, sendo que vai estabilizando com a idade; a capacidade intelectual pode aumentar durante toda a vida e não estagna na adolescência, sendo que pode aumentar até aos 50 anos se o individuo for estimulado; as organizações mentais variam de acordo com a faixa etária.



Benjamin Bloom: Referiu que o desenvolvimento intelectual se dava de uma forma mais lenta com a idade (traçou a curva de crescimento com aceleração negativa para o desenvolvimento da mente). Afirmava que era necessária uma experiencia mais precoce para o desenvolvimento cognitivo, realçando que aos seis anos de idade uma criança já possui 2/3 da sua capacidade intelectual. Bloom acredita que também na adolescência e na idade adulta existem períodos críticos. Bloom conclui que o facto de se deixar passar o período critico e um ambiente privado de certos estímulos afeta o desenvolvimento das capacidades mentais.



David Krech: Afirmou que os estímulos ambientais podiam aumentar a capacidade de aprendizagem. Para tal, Krech realizou um estudo com ratos, separando-os em dois grupos, sendo que um grupo estaria submetido a um ambiente com diferente estímulos e outro com estímulos idênticos. Depois de dissecar os ratos, Krech concluiu que o córtex cerebral daqueles que tinham estado num ambiente estimulante era mais volumoso, mais pesado, mais profundo e ainda apresentava uma grande concentração de acetilcolinesterase, que é uma enzima que prepara as células nervosas para novas transmissões neuronais.

A estimulação ambiental é necessária para um normal desenvolvimento fisiológico.



Bases biológicas


Joseph Altman não acreditava que as crianças nascessem com a quantidade de neurónios que iriam possuir para toda a vida. Altaman verificou que após o nascimento, células nervosas muito pequenas se desenvolviam e se ligavam a células maiores. O neurónio envia a informação, que vai passar do seu axónio para a dendrites do neurónio seguinte, ocorrendo a sinapse, continuando, assim a transmissão da mensagem. Se houver estimulação cognitiva suficiente, as dendrites desenvolvem espinhas dendríticas.


Austin Riesen também acreditava na necessidade de uma estimulação ambiental para desenvolver o aparelho sensorial. Nas suas experiencias, Riesen submeteu gatos e chimpanzés a um ambiente de escuridão extrema e verificou que em ambos os casos os danos no aparelho visual eram permanente, embora nos gatos os danos não tivessem sido tão graves. Assim, concluiu que à medida que se vai progredindo na escala filogenética, a estimulação é mais importante.  

Programa de intervenção precoce

O principal objetivo deste programa era prepara a crianças de níveis económicos menos favorecidos para alcançarem um maior sucesso escolar. Os resultados demonstraram que o programa Head Start permitia melhorar o crescimento intelectual.

No jardim-de-infância, o estudo demonstrou um aumento do QI das crianças; Na escola houve uma melhor adaptação ao ensino e maior sucesso académico; Na adolescência, houve menos delinquência, maior taxa de emprego, maior número de pessoas a ingressar no ensino secundário.

As principais conclusões são que o Head Start é um programa eficaz a longo prazo e que pode mudar a vida de crianças de níveis socioeconómicos menos favorecidos e em grande rico em termos educativos.


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