Atualmente a adolescência representa um
período crítico no qual o individuo se desenvolve e tem de se adaptar às novas
mudanças individuais e da sociedade.
Mudanças fisiológicas
Na adolescência os rapazes e raparigas sofrem
grandes transformações físicas e estruturais. Estas transformações não são
repentinas, ou seja, são progressivas e desenvolvem-se durante cerca de três
anos. As raparigas desenvolvem-se entre os 12 e 15 anos e os rapazes entre os
13 e os 16 anos.
Nesta fase ocorrem várias transformações tais
como as que ocorrem no sistema reprodutor (nas raparigas o aparecimento da
primeira menstruação e nos rapazes a possibilidade de libertar esperma-
ejaculação) e desenvolvem-se os caracteres sexuais secundários, todos os traços
físicos que possibilitam a distinção entre o homem e a mulher, mas que não
estão diretamente relacionados com o aparelho reprodutor).
Quando este processo de mudança não ocorre de
uma forma natural ou no período esperado, podem ocorrer alguns problemas. Por
exemplo nas raparigas estes problemas relacionam- se com o aparecimento da
menarca muito cedo, ou seja, houve uma maturação precoce e estas podem não
estar psicologicamente preparadas para este acontecimento. Também pode
acontecer o contrário, isto é, o aparecimento tardio da primeira menstruação –
maturação tardia- o que faz com que as raparigas sintam que não são normais.
Outro problema relacionado com estas mudanças é o crescimento dos seios.
Nos rapazes os maiores problemas são a
maturação tardia e o tamanho do pénis.
Experiência
precoce
O desenvolvimento das competências motoras e
cognitivas resulta da interação entre a experiência e a maturação. As crianças
não conseguem adquirir determinadas competências se não tiverem maturidade
suficiente para que tal aconteça.
Nancy Bayley:
estudou o crescimento e desenvolvimento humano, concluindo que o QI não é
constante, ou seja, varia ao longo do tempo; o QI varia mais nos primeiros anos
de vida, sendo que vai estabilizando com a idade; a capacidade intelectual pode
aumentar durante toda a vida e não estagna na adolescência, sendo que pode
aumentar até aos 50 anos se o individuo for estimulado; as organizações mentais
variam de acordo com a faixa etária.
Benjamin Bloom: Referiu que o desenvolvimento intelectual se
dava de uma forma mais lenta com a idade (traçou a curva de crescimento com
aceleração negativa para o desenvolvimento da mente). Afirmava que era
necessária uma experiencia mais precoce para o desenvolvimento cognitivo,
realçando que aos seis anos de idade uma criança já possui 2/3 da sua
capacidade intelectual. Bloom acredita que também na adolescência e na idade
adulta existem períodos críticos. Bloom conclui que o facto de se deixar passar
o período critico e um ambiente privado de certos estímulos afeta o
desenvolvimento das capacidades mentais.
David Krech:
Afirmou que os estímulos ambientais podiam aumentar a capacidade de
aprendizagem. Para tal, Krech realizou um estudo com ratos, separando-os em
dois grupos, sendo que um grupo estaria submetido a um ambiente com diferente
estímulos e outro com estímulos idênticos. Depois de dissecar os ratos, Krech
concluiu que o córtex cerebral daqueles que tinham estado num ambiente
estimulante era mais volumoso, mais pesado, mais profundo e ainda apresentava
uma grande concentração de acetilcolinesterase, que é uma enzima que prepara as
células nervosas para novas transmissões neuronais.
A estimulação ambiental é necessária para um
normal desenvolvimento fisiológico.
Bases
biológicas
Joseph Altman não acreditava que as crianças nascessem com
a quantidade de neurónios que iriam possuir para toda a vida. Altaman verificou
que após o nascimento, células nervosas muito pequenas se desenvolviam e se
ligavam a células maiores. O neurónio envia a informação, que vai passar do seu
axónio para a dendrites do neurónio seguinte, ocorrendo a sinapse, continuando,
assim a transmissão da mensagem. Se houver estimulação cognitiva suficiente, as
dendrites desenvolvem espinhas dendríticas.
Austin Riesen também acreditava na necessidade de uma
estimulação ambiental para desenvolver o aparelho sensorial. Nas suas
experiencias, Riesen submeteu gatos e chimpanzés a um ambiente de escuridão
extrema e verificou que em ambos os casos os danos no aparelho visual eram permanente,
embora nos gatos os danos não tivessem sido tão graves. Assim, concluiu que à
medida que se vai progredindo na escala filogenética, a estimulação é mais
importante.
Programa de
intervenção precoce
O principal objetivo deste programa era
prepara a crianças de níveis económicos menos favorecidos para alcançarem um
maior sucesso escolar. Os resultados demonstraram que o programa Head Start
permitia melhorar o crescimento intelectual.
No jardim-de-infância, o estudo demonstrou um
aumento do QI das crianças; Na escola houve uma melhor adaptação ao ensino e
maior sucesso académico; Na adolescência, houve menos delinquência, maior taxa
de emprego, maior número de pessoas a ingressar no ensino secundário.
As principais conclusões são que o Head Start
é um programa eficaz a longo prazo e que pode mudar a vida de crianças de
níveis socioeconómicos menos favorecidos e em grande rico em termos educativos.
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